100 dias de meditação
Embora seja um tema cada vez mais em voga (e ainda bem!), noto um certo preconceito em relação à meditação. Eu própria tinha esse desconhecimento, por isso procurei saber mais sobre o assunto e desafiei-me a meditar durante 10 dias seguidos numa aplicação que instalei no telemóvel. Os 10 dias passaram a voar e, já que estava a correr tão bem, fui continuando, continuando... até que esta semana cheguei ao dia 100!
Vou contar-vos como tem sido a minha experiência e o que aprendi até agora.
Despindo o preconceito
Se acham que meditar consiste em sentar no chão, de pernas cruzadas e olhos fechados, sem fazer nada para além de proferir um "ommmmmm", desenganem-se! Sim, é preciso respirar fundo. E sim, há quem feche os olhos. Convém estarmos calmos e concentrados, senão acaba por ser uma perda de tempo (e ninguém gosta de perder tempo). No entanto, podemos perfeitamente meditar em silêncio, de olhos abertos e até a caminhar.
No meu caso, como passeio o meu cão todas as manhãs, aproveito para passar pelos jardins que tenho ao pé de casa enquanto oiço as minhas meditações. Já me sinto esquisita se não começar o meu dia assim, acreditem. Também medito no quarto, na varanda, na praia (quando é possível). Como podem ver, não há uma fórmula única para desenvolver esta prática, cabe a cada um escolher as circunstâncias mais confortáveis para si.
Em que consiste
Meditar é fazer uma pausa de tudo o que está a acontecer à nossa volta e "olhar para dentro". É refletir com um determinado propósito, que varia conforme a pessoa. De uma maneira geral, a meditação acalma, dá-nos uma sensação de relaxamento e tranquilidade. A partir daí, há muitas áreas que podemos exercitar, tais como a autoconfiança, a concentração, o pensamento positivo, a compaixão, o perdão, a gratidão, a superação da dor, o amor-próprio, a aceitação da mudança, o viver no momento presente (também conhecido por mindfulness)... não vos parecem assuntos fundamentais para garantir uma maior qualidade de vida?
Mas é assim tão importante?
Sim! É uma pena não sermos habituados a fazer este exercícios desde pequenos (na sociedade ocidental), porque ajudam muito a diminuir a ansiedade, o stress, aquele clássico sofrimento por antecipação... enfim, dão-nos outra perspetiva sobre os nossos problemas, que nem sempre são tão graves como os pintamos. Além disso, tornamo-nos pessoas mais conscientes de nós próprias, algo muito valioso num mundo em que existe tanta gente "sem rumo" ou constantemente em "modo automático". Vivemos entre correrias e queixumes, sem parar uns minutos para pensarmos em nós, para agradecer o que temos, perceber o que nos incomoda, o que nos motiva, quais os sonhos que queremos concretizar. Esquecemo-nos, ou vamos evitando. E assim torna-se dificil sentirmo-nos felizes e concretizados. Cuidarmos da nossa mente é tão importante como o exercício físico ou a alimentação, atrevo-me até a dizer que é o mais importante.
As minhas preferências
De entre as várias técnicas que existem (e não vou especificar para não transformar este post numa enciclopédia) prefiro a meditação guiada, ou seja, gosto de ter alguém a dar-me instruções ao longo da meditação. Se tiver uma música calma de fundo, melhor ainda. Para além disso, escolho quase sempre meditações que incluem afirmações positivas porque gosto do efeito que elas têm em mim. As palavras que utilizamos, tanto para os outros como para nós próprios, têm um impacto tremendo na forma como pensamos e como agimos. Mais uma vez, tudo isto é subjetivo. Não há nada como experimentar e perceber qual das opções vos fazem sentir melhor!
Desabafos de principiante
Admito que, às vezes, ainda me desiludo quando fico mais irritada e sinto que os nervos se apoderam de mim sem querer. Ou quando fico profundamente triste com alguma coisa e começo a ceder ao que não devo. Pensei que não era suposto isso acontecer (que ingénua!). Mas a verdade é que haverá sempre dias piores, é preciso aceitar que nem sempre estamos bem. Aliás, é nestes dias que o desafio é maior. Então, não é por meditarmos que nunca mais vamos ter um "dia não". A diferença é que, com um maior conhecimento sobre nós mesmos e com muita prática meditativa, conseguimos enfrentar os obstáculos cada vez mais rápido e com maior sucesso.
A regra de ouro
A lição mais valiosa que tenho aprendido é que ter uma vida mais feliz só depende da nossa determinação. Em qualquer momento, podemos escolher ver o lado bom ou o lado mau. E ninguém nos pode contaminar com negatividades se não o permitirmos. Quer dizer, há pessoas que conseguem influenciar-nos (e prejudicar-nos), mas a decisão final é sempre nossa. Temos o poder de não sucumbir a esse género de coisas e de sermos fieis àquilo que queremos para nós. Ganhar consciência deste poder e sentir isso a acontecer através de pequenas conquistas é algo incrível!
Ok, parece muito bonito, mas por onde é que se começa?
Felizmente, hoje não faltam ferramentas para colocar tudo isto em prática, mas vou falar-vos apenas de uma aplicação que utilizo. Chama-se Insight Timer e para mim é a mais completa que existe, porque está constantemente a ser atualizada com novas meditações, músicas e até palestras. Podemos criar a nossa lista de favoritos e ir descobrindo novos conteúdos (por tema, por duração, pelos mais populares). O mais engraçado é que existe uma "comunidade" com quem podemos interagir, é um factor que a diferencia das restantes. Temos também acesso às nossas estatísticas e vamos recebendo milestones quando atingimos certas metas, o que acaba por dar uma motivação extra. Eu estou rendida e recomendo a toda gente! Garanto-vos que 10 minutos por dia fazem a diferença.
A notificação que recebi esta semana!
Qual é a vossa opinião sobre a meditação? Costumam praticá-la?
Se também utilizam esta app, ou outra, contem-me a vossa experiência!