2022
Hoje, lembrei-me de vir aqui espreitar e reparei que o último post publicado aqui data de dia 27 de dezembro de 2021.
Hoje é dia 29 de dezembro de 2022 e aqui estou novamente, de livre e espontânea vontade. Como se alguém me tivesse segredado ao ouvido algo do género olha que já não entras ali há muito tempo, se calhar fazia-te bem escrever umas linhas e fazer retrospetivas. Sim, continuo a ser aquela pessoa que faz retrospetivas de fim de ano.
Em 2022 li muito, foi provavelmente o ano em que mais li em toda a minha vida. Às vezes sinto mesmo uma urgência de escrever, de anotar aquilo que estou a sentir, de partilhar citações que me tocaram no coração, ou frustrações, coisas que preciso de materializar, palavras novas que aprendi, estilos de escrita que me surpreenderam, personagens que fizeram excelente companhia, todas essas sensações. Depois, respiro, penso que ainda tenho 31 anos e provavelmente a minha memória interna ainda tem bastante capacidade de armazenamento e que o tempo não estica para tudo. Talvez esteja só a acariciar a procrastinação e simplesmente a iludir-me. Mas hoje não me demoves, querida procrastinação.
Em 2022, voltei a andar de avião. Duas vezes. Primeiro a Barcelona, com um saltinho a Girona, depois à Madeira, com muitas subidas e descidas pela ilha inteira. Continuei a explorar Portugal continental. Contemplei as imensas montanhas verdes do Gerês e nadei numa piscina de água morna às oito da noite. Voltei a estar num festival de música, no Porto. Conheci as praias da Foz do Arelho e viajei até à época medieval, em Óbidos. Conheci Peniche e São Martinho do Porto e indaguei o porquê de ter demorado tanto tempo a chegar a sítios tão perto de Lisboa. Dormi pela primeira vez em Ayamonte. Fiz o caminho de volta pela Estrada Nacional e parei em Mértola, Beja e Alcácer do Sal. O primeiro mergulho das férias grandes, de Agosto, foi na Ericeira. O resto dos mergulhos foi no Algarve. Conheci Tavira. Estive numa praia deserta, na Comporta. Passei dias em Sesimbra e conheci o Cabo Espichel. Vi golfinhos num barco. Casei uma grande amiga de infância e a festa foi linda como se adivinhava. Discursei numa sala cheia. Continuei apaixonada. Continuei a trabalhar na área que gosto. Continuei a passear o meu cão todos os dias, faça chuva, sol, vento ou nevoeiro. Continuei a jogar xadrez. Continuei a fotografar tudo. Continuei a ouvir podcasts. Comi sushi muitas vezes (provavelmente, o segundo record a seguir aos livros). Vi o Benfica no Estádio mais do que uma vez. Descobri bandas novas. Voltei a comer pipocas no cinema. Comecei a fazer natação. Provei vinhos novos. Conheci muitas pessoas novas. Fui jantar a Braga e voltei no dia seguinte. Senti a liberdade de trabalhar no comboio. Fui a um casamento em Dezembro. Tive jantares de Natal especiais. Pela primeira vez, ofereci uma viagem.
Caramba, até a mim isto parece tudo perfeito! Como é óbvio, estas são só as coisas boas. É o que me apetece partilhar aqui e relembrar vezes sem conta, porque me faz sorrir. Desafio-vos a fazer o mesmo, é um exercício mesmo poderoso. Agora, vou andando, tenho de ir comprar o champagne e as passas, adeusinho e até para o ano!