Existe uma regra de produtividade que consiste em não falhar duas vezes seguidas um hábito que queremos manter. Não sou especialista em produtividade, mas gosto de ler sobre o tema para estar informada e depois, então, decidir o que faz sentido aplicar à minha rotina. É importante termos a consciência de que vamos falhar, que há metas que não vamos cumprir, que a realidade não vai corresponder àquilo que escrevemos nas nossas agendas. No entanto, acontece um fenómeno (sobre o qual também não me vou alongar, porque acredito que qualquer pessoa já o experienciou) esquisito após o primeiro erro, a primeira falha, que é qualquer coisa como um pensamento que nos diz: "pronto, não fiz aquilo a que me tinha proposto, por isso já não vale a pena retomar". Para mim, este é capaz de ser o maior inimigo quando queremos manter rotinas ou adotar novos hábitos. Eu estava a criar um, de vir aqui fazer retrospetivas do ano. Em 2023 não o fiz. Aliás, em 2023 não publiquei aqui nada. Foi um ano falhado, é a vida! 2024 tem pouco mais de vinte dias pela frente, mas todos os dias contam, certo? Escrevo para a Mariana do futuro, que sei que vai gostar de vir aqui ler os seus devaneios, a representar todos os seus "eus" passados. Sou saudosista, o que querem? Escrevo também para a meia dúzia de pessoas que gosta de ler blogues e que aleatoriamente chegou ao meu. Por fim, mas não menos importante, escrevo para os meus amigos atentos, que vão perguntando quando volto a escrever, plantando pequenas sementes que em dias como este tornam-se em algo mais. Então, aqui fica a prova: em 2023 permiti-me falhar e em 2024 escrevi qualquer coisa. É bom voltar.