Criei o Letra Éme dia 16 novembro, quase no fim de um ano que foi muito bondoso para mim. A minha maneira de agradecer e de retribuir todas as coisas bonitas que me aconteceram foi dar um pouco de mim também e arranjar coragem para me expor de uma forma que ansiava há muito, muito tempo. Deixei de lado o medo e a vergonha, típicos de quem está prestes a "falar" em público, tirei algumas ideias da caixa, passei para a concretização e aqui estás tu a ler-me.
Às vezes penso que seria mais engraçado começar agora, num 2018 recém estreado, com centenas de folhas brancas pela frente. Começar com tudo devidamente estruturado, pensado ao milímetro. Por outro lado, não seria tão espontâneo e talvez perdesse alguma graça. A verdade é que sempre tive dificuldades em equilibrar o planeado e o espontâneo, e daí nasce uma série de contradições que se espelham em tudo na vida. Não sei se esta minha característica (não lhe vou chamar defeito, ok?) algum dia terá solução, mas até vivo bem com isso. E ainda bem que ouvi a minha intuição desta vez, porque foi o melhor que fiz.
Em dois meses de blog já tive momentos especiais que merecem ser partilhados: recebi palavras carinhosas das pessoas mais atentas, que me motivam sempre a continuar; vi as minhas publicações sobre meditação e sobre o natal destacadas pela equipa da Sapo - obrigada! - , o que trouxe gente nova e simpática a este meu cantinho; houve noites em que me esqueci de comer e de dormir enquanto traçava planos e mais planos, tal era o meu nível de entusiasmo. E o que mais me deixa orgulhosa é participar neste processo de criar a partir do nada, para depois ver os desejos materializados nas palavras que escolho e nas imagens que lhes associo. Continua a haver entusiasmo para muito mais! É que eu gosto mesmo disto e espero, muito honestamente, que vocês também.