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Letra Éme

uma série de devaneios meticulosamente desordenados

Letra Éme

uma série de devaneios meticulosamente desordenados

A escrita, sem tabus

M., 27.02.19


O processo de escrita é uma coisa complexa. Em primeiro lugar, porque temos tendência para imitar outras pessoas até conseguirmos encontrar a nossa própria voz, o que parece uma coisa mesmo horrível, não é? Bom, não é assim tanto. Na realidade, v
ivemos super influenciados pelas coisas e pessoas que nos rodeiam e por conceitos já formados na nossa mente dos quais nem nos apercebemos. Calma. Está tudo bem. É mesmo assim.

 

De facto, isto de deixar a nossa pequena pegada no mundo tem muito que se lhe diga. O entusiasmo, a esperança e toda aquela energia boa do início misturam-se com a procura de propósito muitas (muuuuitas) vezes sem resposta. Dou por mim a ser incapaz de produzir o que quer que seja e digo-vos exactamente por quê: 

 

1. Esqueço-me de muitas ideias porque não as anoto logo. E é assim, meus amigos, que se deixam escapar as oportunidades, porque a minha Caixa de Rascunhos mental não funciona a 100% e há coisas irrecuperáveis.

 

2. Tenho preguiça de organizar as minhas ideias e elaborá-las até ficarem “no ponto”. E se não ficam no ponto, what's the point? Podíamos dizer que isto é perfeccionismo, mas vamos ser honestos e chamar as coisas pelos nomes.

 

3. Crio expetativas altas irreais para cada post e com isso coloco vários entraves criados única e exclusivamente por quem? Por Moi Même, pois claro! Seja no texto, na coordenação com as fotografias, na edição das mesmas, no tempo que isso me vai levar até já não ser minimamente atual e oportuno... enfim, a lista podia continuar.

 

4. Leio outros blogs  com uma qualidade e quantidade de conteúdos muito superior aos meus. Comparo-me e chego à conclusão que os meus textos não têm um valor assim tão incrível nem sequer um grande alcance, portanto não se perde nada. Talvez para a semana tenha alguma ideia genial que valha a pena.

 

Isto é triste. Eu seeeei!  Sei que são apenas receios e bloqueios carregadinhos de insegurança. Tenho noção de que estas afirmações são perfeitos disparates, ao escrevê-las aqui torna-se ainda mais evidente e até embaraçoso, porque vai contra aquilo que defendo. Penso muitas vezes nesta questão de nos compararmos uns com os outros e em como isso só nos prejudica. Acredito que cada um de nós tem a sua individualidade, é só uma questão de a descobrirmos e de trabalharmos. Mesmo assim, ainda não sou imune este tipo de auto-sabotagem e por isso preciso de admitir estes pensamentos, para poder lidar com eles. E, já agora, expulsá-los da minha cabeça seria ótimo.

 

Quando finalmente enumerei os problemas que tenho sentido, permiti-me pensar sobre eles. Percebi que só com mais tentativas e experiências é que vou saber se ter um blog é, ou não, algo que faz sentido na minha vida. Porque escrever, isso eu sei que faz parte de mim! Em 2018 habituei-me a escrever reflexões mais profundas nos meus cadernos, com alguma frequência. Não tenho a pressão de ir todos os dias escrever, mas sempre que vou sinto que fiz uma espécie de terapia e que me ajudei a mim própria. Talvez seja preciso dar este passo primeiro, ou seja, provar que consigo escrever para mim e que as palavras fluem sem esforço nem julgamentos. 

 

Não sei se vos devo um pedido de desculpas porque nunca prometi uma abundância doida de posts (vejam bem como eu já me conheço!). No entanto, se continuam a vir aqui espreitar, só posso deixar-vos o meu grande agradecimento e dizer-vos que acabaram de ganhar um certificado fictício de paciência!  Obrigada!!!

 

Vou tentar não guardar tantos textos para mim daqui para a frente. Mas não prometo nada, está bem?

 

 

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